Tuesday, May 19, 2009

A colbie caillat canta nos meus phones...o ar está abafado. Não sei de onde saíram estes arquitectos que fazem edifícios onde não podemos abrir as janelas e respirar o ar poluído há lá fora, diferente do ar poluído cá de dentro. Não páram de chegar emails...certamente metade do meu tempo aqui é a lê-los e trabalhar “para” eles. Tickets e mais tickets...sempre na minha mira, a melhoria das pesquisas no nosso site. Os KPI’s, o GTM, o Google, os fornecedores, as inúmeras aplicações que medem os nossos resultados, clicks, pesquisas...e acho q até as nossas próprias respirações, por minuto! A complexidade dos processos, a exigência do aspecto...a aprendizagem constante! Na ilha da frente o borburinho do costume. Os filhos, as férias, os cremes, a roupa, o ginásio, as casas caras. Os inúmeros telefones que não páram de tocar, quase que perturbam a minha música. O conforto deste ambiente agitado e stressante, mas que ao mesmo tempo me reconforta...as pessoas de gargalhada fácil, as pessoas do “está a correr tudo bem?”, “precisas de ajuda?”, “vamos fazer uma pausa?”,
A vontade de hibernar por vezes e desligar-me do que me rodeia, ficando a observar apenas como espectadora, como o que faço neste momento...
O caderno mostra muitos “todo’s” por terminar hoje...Acabou-se a pausa...

Monday, May 18, 2009

Wednesday, May 13, 2009

"Querer ter"

«Querer alguém, ou alguma coisa, é muito fácil. Mesmo assim, olhar e sentimo-nos querer, sem pensar no que estamos a fazer, é uma coisa mais bonita do que se diz. Antes de vermos a pessoa, ou a coisa, não sabíamos que estávamos tão insatisfeitos. Porque não estávamos. Mas, de repente, vemo-la e assalta-nos a falta enorme que ela nos faz. Para não falar naquela que nos fez e para sempre há-de fazer. Como foi possível viver sem ela? Foi uma obscenidade. Querer é descobrir faltas secretas, ou inventá-las na magia do momento. Não há surpresa maior.
O que é bonito no querer é sentirmo-nos subitamente incompletos sem a coisa que queremos. Quanto mais bela ela nos parece, mais feios nos sentimos. Parte da força da nossa vontade vem da força com que se sente que ela nunca poderia querer-nos como nós a queremos. Querer é sempre a humilhação sublime de quem quer. Por que razão não nos sentimos inteiros quando queremos? É porque a outra pessoa, sem querer, levou a parte melhor que havia em nós, aquela que nos faz mais falta. É a parte de nós que olha por nós e nos reconcilia connosco. Quanto mais queremos outra pessoa, menos nos queremos a nós… Querer é mais forte que desejar, pelo menos na nossa língua. Querer é querer ter, é ter de ter. Querer tem mesmo de ser.
Querer é querer ter e guardar, é uma vontade de propriedade; enquanto desejar é querer conhecer e gozar, é uma vontade de posse. O querer diminui-nos, mas o desejar não.
O que desejamos, dava-nos jeito; o que queremos fez-nos mesmo falta.
Há qualquer coisa que se passa entre o momento em que se quer e o momento em que se tem. O que é?
É bom que se continue a julgar que aquilo de que se precisa é exterior a nós. Só quem está voltado sobre si, piscando o olho ao umbigo, pode achar que tem tudo o que precisa. (…)
Quando se quer realmente, dar-se-ia tudo por ter. A coisa ou a pessoa que se quer têm o valor imediato igual a todas as coisas e pessoas que já se têm. Trocavam-se todas as namoradas, ou todos os namorados, que já se namoraram, pelo namoro de uma única pessoa que se quer namorar. É esta a violência. É esta a injustiça. Mas é esta também a beleza. Quem aceitaria que um novo amor significasse apenas parte de uma vida? Não sendo a vida inteira, não sendo tudo o que importa, numa dada altura, num dado estado do coração, porque nos havíamos de ralar? (…)
O querer é bonito porque, concentrando-se na coisa ou na pessoa que se quer, elimina o resto do mundo. Acho que se pode ter tudo o que se quer de muitas pessoas ao mesmo tempo, mas que não se pode querer senão uma pessoa. Ter todas as pessoas não chega para nos satisfazer, mas basta querer só uma, e não a ter, para nos insatisfazer. É por isso que se tem de dar valor à vontade. Poder-se-á querer ter alguém, sem querer também ser querido por essa pessoa? Eu não sei.
Ter o que se quis não é tão bom como se diz, nem querer o que não se tem é assim tão mau. O segredo deve estar em conseguir continuar a querer, não deixando de ter. Ou, por outras palavras, o melhor é continuar a ser querido sem por isso deixar de ser tido. O que é que todos nós queremos, no fundo dos fundos? Queremos querer. Queremos ter. Queremos ser queridos. Queremos ser tidos. É o que nos vale: afinal queremos exactamente o que os outros querem. O problema é esse.» Miguel Esteves Cardoso

...E eu quero-te a ti, hoje mais que ontem e menos que amanhã!
Quero ter e voltar a ter... Quero continuar a ser querida!
É bom saber que te tive...e continuo a querer ter!

Tuesday, May 5, 2009

Dopo 3 anni...il ritorno a Milano!